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Itaú: mesmo sem plano de reestruturação, banco demite sem dó

12/12/16

Não tem essa de celebrar final de ano. Para alguns bancários do Itaú, o sabor da rabanada será trocado pelo gosto amargo do desemprego. Isso porque o Banco vem implementando nas agências de Natal uma verdadeira reestruturação.

                O Banco, apesar do lucro acumulado de R$ 16,297 bilhões só nos três primeiros trimestres, vem demitindo e enxugando os quadros. Há agências na capital potiguar que diminuíram o número de caixas de quatro para apenas um. Também há falta de funcionários na área comercial.  Tem agências com uma só pessoa atendendo na comercial (gerentes). É evidente que as consequências disso é a sobrecarga de trabalho para os que permanecerem nas agências, gerando mais adoecimentos.

                Lembramos ao Banco que é alvo da Ação Civil Pública 0000187-95.2014.5.21.0005 no qual foi condenado a pagar multa de R$ 20 mil diário caso descumpra as determinações aplicadas, entre elas, o cumprimento da jornada de trabalho para os bancários ou aplicação de metas abusivas. Portanto, é bom que os gestores saibam que o Sindicato dos Bancários está de olho e acompanhando o andamento das atividades nas agências. Parece que a condenação ao pagamento de R$ 5 milhões por assédio moral coletivo não foi suficiente pro Itaú reconhecer a importância de seus funcionários.

 

Agências Digitais

Muitas das demissões estão sendo justificadas pelo foco da empresa nas agências digitais, como se isso fosse uma evolução natural da relação de trabalho.

                Em agosto de 2015 o Banco chegou a divulgar seus planos. Com a estratégia de atender seus clientes de forma cada vez mais digital, os planos são de fechar 15% de suas atuais quatro mil agências físicas no País em três anos; em dez anos, metade do total das 'agências tijolo', como chama a instituição, deverá ser extinta. A previsão é de 30 mil demitidos, o que nos leva a crer que os bancários que estão perdendo seus empregos neste final de ano, já fazem parte deste desmonte. As pessoas precisam ser tratadas como gente, e apenas os funcionários serão capazes disso, não haverá robôs que substituam o tratamento humano.