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Papa-prêmios literários

16/11/17

O conselho do amigo Joãozinho para que inscrevesse seus textos nos concursos da Jornada Cultural do Sindicato dos Bancários do RN não era levado muito a sério pelo bancário Marcos Antonio Campos, até que em 2011 ele resolveu arriscar. Não só ganhou o segundo lugar, como de lá para cá já foram 32 prêmios e tantas outras menções honrosas.
Sempre conseguindo destaque nas premiações das quais participa, Marcos conta que a entrada na literatura começou através de paródias que fazia por diversão. Muitas delas ele publicou neste LUTA BANCÁRIA, e sempre passaram pelas mãos do professor João Bezerra, o Joãozinho, que o incentivava a levar o talento mais a sério.
E ele levou. Tanto que sua mesa de escrita é um verdadeiro santuário. Cercado de livros de grandes poetas e de vários dicionários, não só da língua portuguesa, como de outros idiomas, o poeta costuma brincar com a palavra, fazendo uma poesia não apenas para ser lida, como também degustada e visualizada.
A capa de seu primeiro livro, UM BÊBADO SONHADOR, é uma prova disso. A poesia em formato de taça de vinho é um obra de arte que remete ao sentimento real do bêbado sonhador que, embalado pelo conselho de Charles Baudelaire, embriagou-se.
Voltando aos prêmios, a mais nova conquista foi o  concurso de música e poesia, Femup, o  mais antigo do país. O troféu A BARRIGUDA ele exibe com muito orgulho, pois era um objetivo seu. A poesia ganhadora é uma de suas favoritas CARANDIRU, ele chegou a ficar em segundo lugar no concurso do Sindicato. E ele explica: ‘‘Cada concurso tem seus critérios e depende dos julgadores’’. 
Como vencedora, a poesia será publicada em uma revista  traduzida para  seis idiomas de origem latina: o romeno, o catalão, italiano, francês, espanhol e português.
Somente este ano foram três concursos no Paraná e um em São Paulo. No concurso paulista a ganhadora foi uma trova.
O bancário já foi publicado em dois dos livros Fazendo Arte do Sindicato, e já está selecionado para o próximo, com o prêmio que ganhou este ano. Já possui um livro inteiro com sua produção e está presente em outras 12 coletâneas. O próximo, que inclusive já tem nome: BABEL, está em fase de produção. ‘‘Livro dá muito trabalho, não quero para este ano, mas a poesia que dará nome ao livro já está pronta em português, mas quero que cada verso venha em uma língua diferente, por isso ainda não está finalizado’’,  explica.
O bancário diz que nunca pensou em fazer da literatura uma segunda profissão, mas que, ao contrário de grande parte dos escritores brasileiros, nunca teve prejuízo.
‘‘Sempre consegui pagar as edições e as viagens com os prêmios conquistados, o que é algo bem raro no nosso mercado’’, esclareceu.
Uma de suas poesias também chegou a ser musicada pelo compositor Roberto Lima, e foi gravada em CD.
Marcos Antonio não faz planos de parar tão cedo. Continua bebendo na fonte, participando de saraus, estudando, lendo e criando. Com o talento que possui, sabemos que ainda poderá chegar muito longe.