Bancários do Itaú aprovam proposta de PCR, mas cobram valorização à altura dos lucros bilionários do banco
05/06/25
Em assembleia realizada nesta quarta-feira (04/06), na sede do Sindicato dos Bancários do RN, em Natal, os bancários do Itaú aprovaram a proposta de pagamento da Participação Complementar nos Resultados (PCR). A decisão foi tomada após esclarecimentos da assessoria jurídica sobre os índices apresentados e o contexto financeiro da instituição.
Reajustes garantidos, mas insuficientes diante dos lucros
A proposta aprovada prevê, para este ano, reajuste de 6,25% sobre o valor da PCR, com base na inflação de março (INPC) acrescida de 1%. Além disso, a remuneração será definida conforme o ROE: até 22,1% para a primeira faixa e acima disso para a segunda. Para 2026, a correção seguirá o índice de reajuste da categoria, com manutenção das faixas de ROE.
Apesar da conquista, o sindicato reforça que o valor poderia – e deveria – ser maior. Isso porque o Itaú registrou lucro líquido gerencial de R$ 11,128 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
“A verdade é que o PCR deveria refletir não só os ganhos financeiros do banco, mas também o esforço e as condições enfrentadas pelos trabalhadores. No Itaú, há exploração disfarçada de meritocracia e altos níveis de adoecimento. Com lucros tão expressivos, o banco tem obrigação de distribuir de forma justa”, afirma Albertina Bertino, diretora do sindicato.
Negociação coletiva: instrumento essencial
Para Oderley Santiago, advogado do sindicato, a aprovação da proposta reafirma a importância da negociação coletiva: “É uma proposta recorrente, que precisa ser normatizada por acordo coletivo. Foram apresentados todos os detalhes aos trabalhadores, comparando os termos atuais com os acordos anteriores.”
Mobilização e consciência de classe
Durante a assembleia, bancários e bancárias reforçaram o papel da mobilização para garantir conquistas. Ana Kelly destacou os desafios da dupla jornada enfrentada pelas mulheres: “Passei o dia todo longe dos meus filhos, trabalhando, mas sabia que era importante estar aqui. É um direito nosso, e precisamos fazer valer. A participação é essencial.”
Já Osanildo Lima, delegado sindical, reforçou o compromisso com a conscientização: “Procuro sempre repassar essas informações aos colegas, explicar de onde vem essa bonificação. E insisto na importância de estarem no sindicato, de participarem das assembleias, para conhecer e defender seus direitos.”
O Sindicato dos Bancários do RN segue firme na luta por mais valorização, justiça na distribuição dos lucros e melhores condições de trabalho para toda a categoria.