Nós, trabalhadores bancários, entidades sindicais, movimentos sociais e representantes populares, denunciamos a grave realidade enfrentada nos ambientes de trabalho da categoria bancária.
O adoecimento ocupacional, fruto de práticas sistemáticas de assédio, tem vitimado de forma cruel e crescente os bancários e bancárias em todo o país.
Não aceitaremos o assédio moral como método de gestão. Não ficaremos em silêncio diante do aumento de colegas adoecidos, muitos deles com suas vidas marcadas por danos irreversíveis.
Em 2024, os trabalhadores bancários contribuíram para um lucro total de aproximadamente R$ 114 bilhões no sistema financeiro nacional, um crescimento de mais de 24% em relação ao ano anterior. O Banco do Brasil sozinho lucrou cerca de R$ 40 bilhões, e a Caixa Econômica Federal registrou um lucro recorrente superior a R$ 14 bilhões, um aumento de mais de 30%.
Afirmamos com clareza: a rentabilidade bilionária dos bancos não pode ser construída sobre o sofrimento físico e emocional de seus trabalhadores e suas famílias.
É urgente estabelecer marcos claros que coíbam o assédio moral, independentemente da postura individual de gestores ou superintendentes.
O ambiente nas agências tornou-se insalubre, opressor e desumano, agravado por um sistema tecnológico que ranqueia e vigia trabalhadores, premiando produtividade sem considerar condições reais de trabalho.
Chama-nos atenção que até mesmo colegas engajados na luta política por melhorias laborais têm adoecido e sido perseguidos. Quando bancos como a CEF, BB, BASA e BNB atacam dirigentes sindicais, demonstram que o sindicalismo combativo representa um entrave à sua lógica de gestão baseada no controle e na opressão.
Perseguir quem luta é parte de uma tentativa de institucionalizar o assédio e invisibilizar os milhares de afastamentos psiquiátricos que assolam a categoria. Apesar de várias vitórias judiciais e administrativas obtidas pela mobilização nacional, os bancos insistem em repetir práticas abusivas sempre que se deparam com trabalhadores que não se curvam.
Denunciamos agora mais um grave caso de adoecimento ocupacional, envolvendo o colega Flaviano Cardoso, da Caixa no Ceará.
Mesmo diante de um quadro clínico delicado, amplamente comunicado à gestão e respaldado por diversos atestados, a empresa foi insensível: cortou atrasos e faltas, mesmo podendo compensá-los, reduzindo o salário líquido do trabalhador a menos de 10% de sua remuneração. Tudo isso após uma divergência com a gestão local, apesar do reconhecimento formal de sua dedicação e resultados. Este mesmo colega já havia sido vítima de assédio moral em Sergipe, chegando a ser demitido, situação revertida pela pressão e luta do movimento sindical.
Hoje, ele se encontra novamente adoecido, afastado, em vulnerabilidade financeira, mesmo após mais de 15 anos de dedicação à Caixa e à organização sindical. As medidas legais e administrativas já estão em curso, mas o caso de Flaviano não é isolado. Exigimos a imediata aplicação da NR1 (alterada em maio de 2025), que responsabiliza a empresa pela saúde mental dos trabalhadores e assegura o direito de se afastar do trabalho diante de riscos à sua integridade.
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