Entidades sindicais, como a Contraf-CUT, estão divulgando o Reajuste Zero no Saúde Caixa como uma conquista do movimento. Não acredite nisso! A situação do Saúde Caixa vai se agravar muito.
O problema dos aumentos muito altos, bem acima dos reajustes salariais, está na forma de custeio do Plano, hoje estabelecido com um teto de 6,5% da folha de pagamento para a contribuição da Caixa.
Quando havia a fórmula de custeio 70% x 30% (70 para a Caixa e 30 para o bancário), o aumento das mensalidades era razoável e havia superávit no Plano. Por isso, manter o teto e fazer o reajuste zero irá levar o Plano ao colapso! O déficit para 2026 será bilionário!
Na prática, a conta virá muito mais salgada no ano que vem, ou o Plano vai ter muito descredenciamento e se tornar um plano ruim e caro!
Defenda o Saúde Caixa, você também! Chega de acordo ruim e rebaixado!
Desde 2018, as oposições à Contraf-CUT em todo o país têm denunciado os acordos ruins que as entidades sindicais têm defendido. No ano passado, inclusive, em várias assembleias o acordo foi rejeitado, e muitas bases saíram em greve para obter um acordo melhor.
Na Caixa, a maior perda tem sido no Plano de Saúde Caixa: os altos reajustes nas mensalidades e coparticipação, a cobrança dos dependentes e os descontos no 13º são fatores de arrocho salarial. Além disso, foi retirado o direito dos pós-2018 de manter o Saúde Caixa na aposentadoria. Agora, pretendem impedir que quem sair do Plano possa voltar depois.
Não acredite nessa história de “conquista”. Vamos defender o Saúde Caixa exigindo o fim do teto! Não devemos assinar nenhum acordo com o teto!
Transparência já!
Exigimos das entidades sindicais a publicação integral da proposta de Acordo do Saúde Caixa. Precisamos confirmar os vários problemas que estão informando oficiosamente. Se termos abaixo estiverem no Acordo Coletivo, defendemos NÃO assinar o documento.
>> Manutenção do teto de 6,5%;
>> Fim do direito ao Saúde Caixa na aposentadoria para os concursados pós-2018 (já são 13 mil colegas);
>> Proibição para quem sair do Plano poder voltar no futuro.
Movimento sindical negligente
Talvez você não conheça esta história, mas as entidades sindicais conhecem. Em 2018, no governo Temer, mesmo ano que foi eleito o governo Bolsonaro, foi publicada a Resolução CGPAR 23, orientando as estatais a colocarem um teto de 8% nos gastos com o Plano de Saúde de seus funcionários.
Mas a Caixa já havia alterado o estatuto, colando o teto de 6,5%, em dezembro de 2017. No entanto, foi em 2018 que esse teto foi transcrito para o Acordo Coletivo e está lá até hoje!
A Resolução CGPAR 23 já caiu, e hoje tem a Resolução CGPAR 52, que prevê o pagamento aos Planos de saúde das estatais, no modelo de custeio 70x30 (70% empresa e 30% empregados).
Sabendo disso, as entidades sindicais insistem em defender Acordos com o teto para a Caixa. Se recusam a fazer mobilização e exigir a CGPAR 52.
Engraçado que agora, para o reajuste zero, fizeram paralisações. Isso evidencia a negligência da maioria do movimento sindical para defender um dos principais direitos da categoria.
Exigir do governo Lula uma intervenção na Caixa
A direção da Caixa acabou por ficar nas mãos da direita. Isso é ruim para toda a população que depende dos serviços da Caixa, mas é pior para os empregados do banco.
Na recente mudança do estatuto (2025), a diretoria da Caixa manteve o teto de 6,5% para o pagamento dela ao Saúde Caixa. Isso contraria a orientação da Resolução CGPAR 52, que prevê o custeio do Plano de Saúde em 70x30.
O movimento sindical tem que fazer uma forte campanha para exigir de Lula a saída da direção da Caixa, desse setor da direita, e colocar uma diretoria com empregados de carreira do banco. É preciso uma mudança de estatuto da Caixa, retirando o teto e colocando o custeio em 70% Caixa e 30% empregados.