Em assembleia realizada nesta terça-feira (11), o Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte (SEEB/RN) rejeitou por unanimidade a proposta apresentada pela Contraf-CUT e pela Contec para o Saúde Caixa. A decisão reflete o descontentamento da categoria diante de um acordo considerado nocivo aos trabalhadores e que mantém retrocessos inaceitáveis.
Entre os principais pontos criticados, estão a manutenção do teto de 6,5% de contribuição do banco, o que transfere mais custos para os empregados; a exclusão dos bancários admitidos após 2018 do direito ao plano na aposentadoria; a continuidade da cobrança da 13ª mensalidade; e a inclusão de uma regra que permite descontar valores de quem vencer ações trabalhistas para pagar o Saúde Caixa.
“O Sindicato aqui no RN foi a primeira base a dizer não a esse acordo tenebroso para os bancários e bancárias da Caixa. É preciso que a categoria rejeite essa proposta no país inteiro, para fortalecermos uma paralisação em defesa do Saúde Caixa e derrotar esse acordo da Contraf e da Contec”, destacou Chiquito Neto, diretor do SEEB/RN.
Além dos ataques diretos aos direitos dos trabalhadores, o texto da minuta cria mecanismos de reajustes disfarçados. Segundo o documento, em novembro de cada ano civil será feito um cálculo atuarial para definir a necessidade de reajuste das mensalidades e coparticipações, com novos valores podendo vigorar já a partir de janeiro do ano seguinte. Na prática, isso derruba o discurso de “reajuste zero”. “Uma mentira que esconde aumentos futuros”, critica Chiquito.
Outro ponto grave é a previsão de cobranças extraordinárias aos beneficiários caso o plano apresente déficit financeiro. O acordo determina que, se a reserva técnica não for suficiente para cobrir despesas, o valor restante será dividido entre os empregados, transferindo novamente a conta para quem depende do plano.
“O acordo não resolve o déficit acumulado e ainda abre brechas para novas cobranças. A Caixa se exime da responsabilidade e joga o peso do custeio sobre os trabalhadores e aposentados. Isso não é sustentabilidade, é retrocesso”, reforçou Altenizia Neves, diretora do SEEB/RN.
A proposta foi construída sem transparência e sem o devido debate com a categoria. Para o SEEB/RN, qualquer mudança que afete diretamente a saúde e os recursos dos trabalhadores deve ser amplamente discutida e aprovada democraticamente, com respeito à diversidade e às diferentes realidades dos empregados da Caixa.
O Sindicato reafirma seu compromisso com a defesa do Saúde e convoca todos os bancários e bancárias a fortalecerem a mobilização nacional contra o acordo imposto pela Contraf e pela Contec.