Por que um país tão rico como o Brasil ainda convive com tanta desigualdade e exclusão? Dinheiro não falta. O país mantém mais de R$ 5 trilhões em caixa entre reservas internacionais, conta única do Tesouro Nacional e Banco Central. Somos donos da maior reserva de água doce do planeta, possuímos grandes reservas de petróleo, biodiversidade única, terras raras, clima favorável e uma imensa riqueza cultural e humana.
O problema é o modelo econômico em vigor no Brasil, que privilegia, ano após ano, os bancos e o sistema financeiro, por meio do pagamento de juros e amortizações da chamada dívida pública. Esse mecanismo desvia recursos que deveriam estar financiando o desenvolvimento nacional e garantindo direitos sociais.
Segundo o TCU, somente em 2024, 43% de todo o orçamento federal foi drenado para a dívida pública. Enquanto isso, áreas essenciais seguem estranguladas. A Previdência Social, que atende mais de 41 milhões de brasileiros, recebeu 21%; a Saúde, apenas 4%; e a Educação, míseros 2,95%, um valor quase 15 vezes menor que o destinado aos juros.
Esse sistema serve apenas para garantir o pagamento eterno dos juros; transferir dinheiro público diretamente ao sistema financeiro; legitimar contrarreformas que retiram direitos; empurrar privatizações de empresas estratégicas; e sustentar políticas de arrocho como o Teto de Gastos e o Arcabouço Fiscal, que congelam investimentos sociais.
É urgente romper com essa lógica. A dívida pública precisa ser auditada. Nossas riquezas precisam estar a serviço da classe trabalhadora, garantindo mais recursos para saúde, educação, previdência, ciência e tecnologia, geração de empregos, infraestrutura e proteção ambiental. O Brasil é um país rico. Mas, enquanto bancos e governos capitalistas seguirem saqueando o orçamento público, o povo continuará sendo mantido na pobreza.