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Bancários estão entre as 5 categorias com mais afastamentos por problemas de saúde mental no Brasil

28/10/25

Os bancários estão entre as cinco categorias com mais afastamentos por transtornos mentais no Brasil (reconhecidos como doenças ocupacionais). Entre escriturários e gerentes de bancos, figuram também motoristas de ônibus, vigilantes e técnicos de enfermagem. Os dados são referentes ao período de 2012 a 2024 e foram divulgados pelo Smartlab, plataforma que reúne informações oficiais do INSS.

De acordo com o levantamento, dos 13.077 gerentes bancários que precisaram se afastar para cuidar da saúde mental, 37,76% tiveram o benefício enquadrado como B91. Ou seja, doença causada diretamente pelo trabalho. Entre os escriturários, o índice foi de 18,77% dos quase 23 mil afastados.

Os números mostram que o problema está longe de ser pontual. O total de afastamentos por transtornos mentais no país explodiu entre 2023 e 2024, passando de 283 mil para 471 mil casos. Um crescimento de 66% em apenas um ano.

Anos atrás, as principais doenças relacionadas ao trabalho eram as LER/DORT (lesões por esforço repetitivo). Hoje o sofrimento psíquico domina as estatísticas. Metas abusivas, controle digital permanente e assédio moral estão entre as principais causas do adoecimento.

No setor bancário, a lógica da pressão por resultados e o constante medo de demissões têm gerado um cenário insustentável. “Os bancos alcançam lucros bilionários às custas da saúde dos trabalhadores. As metas abusivas e o assédio moral são parte de um modelo de gestão que adoece e destrói vidas”, denuncia Alexandre Candido, coordenador do Sindicato dos Bancários do RN.

Os dados reforçam a urgência de ações coletivas de enfrentamento ao assédio moral, contra a sobrecarga de trabalho e a pressão desumana dos bancos. “Nosso sindicato tem intensificado essa luta pela saúde física e mental dos bancários e estamos fortalecendo nossa campanha de combate ao assédio moral. Mas é preciso discutir um movimento nacional para barrar a exploração dos banqueiros e patrões contra os trabalhadores.”, propõe Alexandre Candido.