O banco Santander obteve um lucro de R$ 7,52 bilhões no primeiro semestre de 2025, o que representa um aumento de 18,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a realidade nas agências é de demissões em massa, fechamento de unidades e precarização do trabalho.
De janeiro a junho deste ano, o banco demitiu 1.173 trabalhadores e fechou 561 agências em todo o país. No Rio Grande do Norte, oito pontos de atendimento foram encerrados, deixando clientes e funcionários em situação cada vez mais crítica. “O cliente chega na agência e é orientado a procurar outra unidade, porque não tem pessoas para atender no caixa”, denuncia Iran Galvão, diretor do Sindicato dos Bancários do RN (SEEB/RN).
A política de “eficiência” do Santander tem levado à redução drástica de pessoal. Em Natal, por exemplo, há apenas um funcionário com a função de caixa. O banco criou ainda o cargo de Especialista Santander (ES), função na qual o trabalhador acumula tarefas de caixa, atendimento e gerência, o que intensifica a sobrecarga e provoca adoecimento entre os bancários.
“Tem agência funcionando apenas com o gerente geral e um gerente de negócios e serviços (GNS). O banco demite, manda o funcionário para o médico do trabalho indicado por ele mesmo e, mesmo quando o resultado é de ‘inapto’, mantém a demissão. O trabalhador é obrigado a buscar a Justiça. É um crime o Santander aumentar seus lucros às custas da exploração e do sofrimento da categoria”, afirma Iran.
Além de violar direitos trabalhistas, o Santander também descumpre normas de atendimento ao público. Segundo o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e resoluções do Banco Central, os bancos são obrigados a oferecer atendimento presencial, inclusive nos guichês de caixa, mesmo que existam canais digitais ou alternativos.
O Sindicato dos Bancários do RN denuncia que a política de fechamento e redução de pessoal prejudica os clientes, sobrecarrega os trabalhadores e amplia o abismo entre o lucro bilionário e a realidade de quem sustenta o banco. O SEEB/RN vai continuar fiscalizando as agências e denunciando as irregularidades aos órgãos competentes, exigindo respeito aos direitos dos bancários e da população.